Janeiro Branco: devemos nos atentar ao bem-estar emocional
Foto: Freepik
Assim como o Outubro Rosa e o Novembro Azul, que estimulam a conscientização da prevenção do câncer de mama e de próstata, respectivamente, o Janeiro Branco tem objetivos semelhantes. A ideia da campanha é chamar a atenção da humanidade para as questões e necessidades relacionadas à Saúde Mental e Emocional das pessoas e das instituições humanas.
Para falar um pouco mais a respeito do tema, conversamos com Diana Galamba, Terapeuta com Especialização em EMDR, Neuropsicologia e Mindfulness e Pós-graduação em TCC (TE), para entender como anda a saúde mental das pessoas e, também, para trazer dicas de como você pode cuidar da sua saúde mental, e contribuir para a promoção da saúde mental da família e dos amigos.
O início de um novo ano pode gerar alegria para alguns, e frustração para outros. Principalmente, para quem está passando por um momento difícil na área financeira da vida, pois, é no começo do ano que os gastos aumentam, como: impostos (IPTU e IPVA); matrícula e compra de material escolar; resquícios do fim de ano, como presentes e viagens; entre outras contas a pagar.
Outro fator que também pode prejudicar a saúde mental de algumas pessoas é a pandemia da Covid-19. Os impactos causados pela pandemia são inúmeros, e cada um reage de uma forma. Pessoas perderam entes queridos, se viram distantes de quem ama, sem poder abraçar, beijar e sem momentos de diversão. “As medidas adotadas para lidar com essa situação, tais como distanciamento social, quarentena e isolamento, ocasionam perturbações psicológicas e sociais que afetam a capacidade de enfrentamento de toda sociedade, em variados níveis de intensidade e propagação”, explica Diana.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) o Brasil tem a maior taxa de população diagnosticada com depressão na América Latina, e 10 em cada 100 pessoas no país têm algum transtorno de ansiedade.
Quais os principais sintomas que podemos observar em quem enfrenta alguma dificuldade na saúde mental?
Existem alguns tipos de depressão onde a classificação e tratamento devem ser feitos por profissionais da área como psiquiatra e psicólogo. Como sintomas de depressão podemos citar:
• Humor deprimido;
• Perda de interesse e prazer;
• Aumento de fadiga;
• Concentração e atenção reduzidos;
• Ideias de culpa e menos valia;
• Ideias ou ato de auto lesão ou suicídio, pensamentos de morte;
• Distúrbios de sono;
• Distúrbios de apetite, alteração de peso;
• Visão pessimista do futuro;
• Autoestima e autoconfiança reduzidos;
• Despertar precoce no período da manhã;
• Piora do humor pela manhã;
• Agitação ou lentidão psicomotora.
Porém, Diana alerta que a gravidade da depressão vai depender da quantidade de episódios.
Já na ansiedade, é importante ressaltar que, até certo nível, é considerada normal, pois se trata de um mecanismo de sobrevivência e adaptação inerente ao nosso organismo. A ansiedade é patológica quando se apresentam 5 ou mais dos seguintes sintomas:
Como saber distinguir entre depressão, tristeza e estar deprimido?
Para saber se é algo patológico, Diana dá uma dica bem assertiva, levando em consideração três aspectos:
• Intensidade: o dia todo;
• Frequência: todos os dias);
• Duração: por no mínimo seis meses.
Se não se enquadrar, vida que segue.
Quais cuidados uma pessoa deve ter para contribuir na saúde mental e bem-estar?
Diana explica que sempre inicia o tratamento de seus pacientes fazendo uma psicoeducação sobre os autocuidados , pois é onde tudo começa. “Se você não se cuida, ninguém o fará por você e o resultado normalmente não é satisfatório. Estar bem consigo mesmo, pressupõe que a mente e o corpo estejam na mesma sintonia. E para isso , se faz necessário desenvolver hábitos saudáveis , com estilo de vida, que servem tanto para prevenir como para curar muitas doenças”. São eles:
• Atividades físicas e diárias;
• Alimentação balanceada, equilibrada e de boa qualidade;
• Cuidar da qualidade do sono;
• Técnicas de relaxamento;
• Cuidar da espiritualidade;
• Arte terapia (desenhar, montar quebra-cabeça, montar Lego, cuidar de plantas..);
• Lazer;
• Música (estar atento à letra, à melodia, aos instrumentos).
Como saber se preciso de terapia e como procurar ajuda?
Ter saúde mental, estar bem, não significa ausência de problemas, mas sim, a forma como se lida com eles. “Se não consegue lidar com os estressores considerados normais da vida, se não consegue exercer suas diversas funções de modo produtivo e colaborativo, então necessita da ajuda de um profissional da saúde mental”, orienta Diana.