ANS aprova maior aumento em planos de saúde individuais e familiares em 22 anos
Após um inédito reajuste negativo no ano passado, os planos de saúde individuais ou familiares poderão subir até 15,5% este ano. O percentual máximo de reajuste que poderá ser aplicado às mensalidades foi fixado nesta quinta-feira (26/05) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Trata-se do maior percentual de reajuste já aprovado pela agência, criada em 2000. O maior, até então, havia sido de 13,57%, em 2016, de acordo com os dados da série histórica da ANS.
O reajuste será aplicado aos planos médico-hospitalares com aniversário no período de maio de 2022 a abril de 2023, contratados a partir de janeiro de 1999 ou que foram adaptados à nova legislação (Lei nº 9.656/98). Ao todo, são aproximadamente 8 milhões de beneficiários.
Por que isso acontece?
Em razão do isolamento social, causado pela pandemia da Covid-19, houve uma queda na demanda por serviços de saúde e as operadoras foram obrigadas a reduzir as mensalidades em pelo menos 8%.
Pode parecer estranho, mas essa diminuição no período pandêmico tem explicação: com o isolamento, menos pessoas iam ao hospital realizar consultas, exames e cirurgias, resultando em uma queda de 17% desses procedimentos. Já em 2021, para justificar o aumento, a ANS citou a retomada da utilização dos serviços de saúde combinada à forte inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Para a FenaSaúde, “o aumento de itens diversos, como o preço de medicamentos e insumos médicos, a forte retomada dos procedimentos eletivos, o impacto de tratamentos de Covid longa e a incorporação de novas coberturas obrigatórias aos planos de saúde, como medicamentos e procedimentos, também impactam diretamente no reajuste”.
Outros fatores que impactaram foram a inflação mundial de insumos (materiais, equipamentos e medicamentos) e a alta exponencial do dólar, moeda atrelada a grande parte dos insumos médico-hospitalares utilizados no Brasil”, destacou a entidade, acrescentando que os planos de saúde foram o único setor regulado com reajuste negativo em 2021.
Importante destacar que apenas o reajuste dos planos de saúde individuais é definido pela ANS. Nos planos de saúde coletivos (empresarial ou por adesão), os aumentos são estabelecidos diretamente pelas operadoras.
A partir de quando o reajuste passa a valer?
Após o cálculo e a definição do índice pela ANS, o reajuste será aplicado pelas operadora a partir da data de aniversário do contrato, ou seja, no mês de contratação do plano. A base anual de incidência é de maio até abril do ano seguinte.
Isso significa que o teto máximo de aumento poderá ser usado como referência até abril de 2023 .