Maio amarelo: guia completo sobre direção defensiva

Maio amarelo: guia completo sobre direção defensiva

 

Você sabia que cerca de 90% dos acidentes no trânsito poderiam ser evitados? Boa parte das batidas, atropelamentos, capotamentos e outras tragédias são causadas por falhas humanas. A informação é do Detran do Mato Grosso do Sul. Sendo assim, para se proteger e garantir a segurança da sua família, é importante investir em direção defensiva.

Falta de atenção, excesso de velocidade, não usar acessórios de segurança e dirigir sob efeito de álcool são alguns erros comuns. Mas não pense que você está livre só porque não comete esses vacilos, viu? Existem práticas preventivas que evitam tragédias, mesmo se a infração for cometida por outras pessoas.

Deu para perceber como o tema é importante, certo? Então, vem com a gente, que vamos explicar tudo sobre direção defensiva neste artigo.

 

O que é direção defensiva?

De forma simples, nada mais é do que uma maneira responsável de dirigir. São várias boas práticas no trânsito que permitem que você reconheça situações de perigo e saiba agir preventivamente para evitar que acidentes aconteçam. O objetivo é garantir a segurança não apenas do seu veículo e das pessoas que estão nele, mas também de outros condutores, motociclistas, ciclistas e pedestres.

É por isso que é obrigação de todos os motoristas entender sobre o assunto. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) determina que qualquer condutor em formação precisa receber aulas de direção defensiva para tirar a CNH. Na hora de renovar a habilitação, se a pessoa não tiver o curso, ela precisa fazer.

Até mesmo as empresas que contratam motoristas para dirigir suas frotas são obrigadas a oferecer a formação aos funcionários. Já as fábricas, montadoras e importadoras de carros devem incluir o tema no manual do veículo.

Sabe o porquê de todas essas exigências? Os custos com os acidentes são caros. Isso vale tanto para os aspectos financeiros quanto ambientais e sociais. Afinal de contas, não tem nem como mensurar o preço de uma vida perdida, não é mesmo?

Dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) revelam que os custos com acidentes giram em torno de R$ 52,2 bilhões por ano. Todo esse dinheiro vai para cuidados com a saúde, indenizações e benefícios previdenciários em caso de invalidez temporária, permanente ou morte. É um valor considerável que seria usado para outras benfeitorias à sociedade.

Além disso, o próprio motorista tem mais gastos quando dirige de maneira irresponsável. A dor de cabeça e a facada no bolso são constantes: custos maiores para a manutenção do veículo, mais consumo de combustível, multas de trânsito etc. De forma resumida, olha só quais são os principais benefícios da direção defensiva:

▬ mais segurança para motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres;

▬ redução no número de acidentes de trânsito;

▬ economia aos cofres públicos;

▬ menor consumo de combustível;

▬ preservação do meio ambiente;

▬ seguro auto mais barato;

▬ maior conservação do carro e menor desgaste nas peças;

▬ mais tranquilidade para você e sua família.

 

Quais são os tipos de direção defensiva?

Existem duas técnicas de direção defensiva: preventiva e corretiva. A primeira é mais focada em evitar acidentes, e a segunda determina como lidar com as consequências de um incidente. Vamos explicar melhor a diferença entre elas.

 

Direção preventiva

A prática preventiva é o que reflete melhor a essência da direção defensiva: antecipar riscos para evitar acidentes. A técnica consiste em:

▬ dirigir com atenção;

▬ cumprir as leis de trânsito;

▬ obedecer à sinalização;

▬ não exceder a velocidade permitida etc.

 

Direção corretiva

A probabilidade de acontecer algo tomando todos os cuidados preventivos é bem pequena. Mas, se algum incidente ocorrer, o que fazer? As situações que não podem ser previstas nem antecipadas exigem algumas medidas para consertar o erro e evitar maiores transtornos. Por exemplo:

▬ sinalizar a via depois do acidente;

▬ prestar socorro às vítimas;

▬ ligar para os serviços de emergência;

▬ entrar em contato com autoridades policiais, entre outras atitudes.

Vale lembrar de que a direção corretiva pode ser aplicada por qualquer motorista que passar pela via mesmo se ele não estiver envolvido no acidente, ok?

 

Quais são os princípios de direção defensiva?

Que a direção defensiva é uma forma responsável de dirigir você já entendeu, mas quais são os fundamentos da técnica que ajudam a evitar acidentes? A direção segura tem alguns princípios básicos para lidar com diversas situações. Veja só quais são eles!

 

Conhecimento

Fica aí uma dúvida: como uma pessoa que não entende nada sobre o assunto pratica a direção defensiva? Difícil, não é mesmo? Logo, estudar para adquirir conhecimento teórico é o primeiro passo. Nesse contexto, é necessário reunir o máximo de informações que envolvem a direção, como:

  • leis de trânsito: normas e condutas que contribuem para a segurança de todos. A legislação ainda prevê punições para quem desrespeita as regras;
  • veículo e equipamentos de transporte: entender sobre calibragem e troca de pneus, funcionamento dos freios, suspensão e sistema de direção, por exemplo, é importante para garantir que tudo esteja funcionando direitinho;
  • condições adversas: saber como se comportar em situações desafiadoras para evitar acidentes como baixa luminosidade, neblina, tempestades, estradas esburacadas, congestionamento, entre outros.

 

Atenção

Imagine uma cena: o motorista desvia o olhar da pista rapidinho só para trocar de música. Situação comum, certo? O problema é que nessa fração de segundo um pedestre pode passar na frente do carro ou o veículo da frente frear por causa do sinal fechado. É assim que acidentes acontecem.

Estar com os sentidos voltados para o trânsito e observar tudo que acontece em volta é essencial para identificar situações de risco. Esse tipo de foco é conhecido como atenção difusa. No entanto, é importante saber diferenciar de:

  • atenção fixa: quando o motorista dirige olhando para um ponto fixo;
  • atenção dispersiva: quando o condutor está preocupado com outras coisas, como brincadeiras com os passageiros ou usar o celular. Fumar, dirigir com sono ou sob efeitos de álcool e entorpecentes também reduz a capacidade de concentração.

O certo é prestar atenção em tudo ao mesmo tempo e eliminar qualquer coisa que cause distrações.

 

Previsão

A palavra-chave aqui é antecipação. O objetivo desse princípio é evitar que o condutor seja surpreendido em situações de riscos. E olha: não precisa ter bola de cristal para prever incidentes, viu?

No período de chuvas, por exemplo, a pista fica molhada e escorregadia. Sendo assim, é de esperar que o carro derrape ou aquaplane ao trafegar em alta velocidade e frear bruscamente, não é mesmo?

O motorista que ultrapassa sinal vermelho pode atropelar pedestres que atravessam na faixa ou provocar batidas. Todos esses riscos são previsíveis, e quem adota a direção defensiva deve saber identificá-los.

 

Habilidade

Esse fundamento diz respeito à aptidão para conduzir o carro e manobrá-lo em diversas situações, desde a mais corriqueira até cenários de perigo. Mudar de marcha, fazer curvas fechadas, ultrapassagens, estacionar com segurança e frear repentinamente são alguns exemplos.

Geralmente, quem tem medo de dirigir desliza nesse quesito. Mas é importante lembrar de que a destreza é desenvolvida com muita prática. Sendo assim, tem que praticar para ganhar experiência, combinado?

 

Ação

Você sabe como parar o veículo se o freio falhar inesperadamente? E como lidar com a imprudência de outros motoristas para escapar de batidas? Agir rapidamente e tomar as decisões certas em situações de risco é fundamental para evitar acidentes e preservar vidas.

 

Quais são os pontos essenciais para conduzir em direção defensiva?

Lembra que já falamos que cerca de 90% dos acidentes são causados por falha humana? Pois bem, isso significa que eles seriam evitados se motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres agissem com responsabilidade.

Afinal de contas, boa parte dos perigos é previsível. A seguir, vamos mostrar quais são os principais riscos a que todos nós estamos expostos no trânsito. Observar todos eles é essencial para dirigir com segurança. Confira!

 

Vias

Curvas, declives, buracos, aglomeração de pessoas, presença de água, óleo, barro ou areia na pista etc.: todas essas situações exigem atenção do motorista. Apesar de serem condições que não controlamos, é responsabilidade do condutor agir preventivamente para evitar acidentes.

Vamos para um exemplo prático para facilitar o entendimento? Imagine uma curva bem fechada na estrada. Ao virar o volante, existe uma força que nos tira do centro e joga para o lado de fora — é a força centrífuga. Se você tiver dúvidas de como funciona, observe as roupas na máquina de lavar durante a etapa de centrifugação. O cesto gira rapidamente e todas as vestes ficam amontoadas nas laterais.

Voltando para a realidade do trânsito, durante uma curva, a tendência é que aconteça algo parecido: a força joga o carro para o lado de fora. Isso exige certo esforço do motorista para manter o veículo na estrada.

Quanto mais rápido o carro estiver, maior é a dificuldade de controlar a direção. Sendo assim, existem riscos de capotamentos, batidas, atropelamentos e por aí vai. A recomendação é diminuir a velocidade antes de entrar na curva e fazer movimentos suaves no volante.

 

Ambiente

Aqui entram as condições climáticas e naturais que atrapalham o motorista, como:

▬ chuvas;

▬ neblina;

▬ vento;

▬ fumaça produzida por queimadas;

▬ baixa luminosidade;

▬ inclinação da luz solar.

Existem medidas preventivas para cada uma dessas situações. O objetivo é garantir a segurança e evitar tragédias. Ao dirigir sob neblina, por exemplo, o ideal é reduzir a velocidade e acender a luz baixa do farol. Parar no acostamento nessas condições é extremamente perigoso por causa da pouca visibilidade. A atitude mais sensata nesse contexto é estacionar em um posto e esperar o tempo melhorar

 

Veículo

Vamos supor que o freio do carro falhe e, por consequência, aconteça um acidente. Nesse caso, a tragédia foi motivada por um problema mecânico, certo? Mais ou menos. Na maioria das vezes, o veículo apresenta defeitos por causa da negligência humana.

Afinal de contas, o automóvel não vai sozinho para a oficina, não é mesmo? É necessário que o motorista tenha alguns cuidados com o carro para garantir que ele funcione direitinho. Fazer a manutenção preventiva é um deles. Então, fique de olho nos seguintes elementos:

▬ pneus;

▬ cinto de segurança;

▬ suspensão;

▬ direção;

▬ sistema de iluminação;

▬ freios;

▬ nível de óleo do sistema de transmissão, do freio e do motor;

▬ água do radiador;

▬ limpador de para-brisas, entre outros.

Todos os sistemas e equipamentos do carro precisam estar em boas condições para que cumpram suas funções.

 

Condutor

Olha o fator humano aqui de novo. Aqui as orientações estão mais voltadas para que o comportamento no trânsito garanta segurança, menor desgaste físico e menos distrações. Veja alguns aspectos importantes:

  • postura do motorista: manter o banco em um ângulo próximo a 90 graus, apoiar totalmente as costas no assento, manter pernas e braços ligeiramente dobrados, segurar o volante com as duas mãos, utilizar calçados fechados e por aí vai;
  • uso correto dos retrovisores: ajustar todos os retrovisores para garantir uma boa visibilidade ao redor do carro e eliminar pontos cegos — e nada de deixar malas ou qualquer volume que obstrua a visão, combinado?
  • atenção ao trânsito: evitar qualquer coisa que distraia ou reduza a capacidade de concentração, como celular, televisão no painel multimídia, som muito alto, bebida alcoólica, drogas, alguns medicamentos etc.

 

Passageiros

Uma viagem de carro em família é muito legal. O problema é que, muitas vezes, os ocupantes distraem o motorista: as crianças brigando no banco de trás, o cachorro latindo, a filha adolescente falando alto ao telefone, o cônjuge reclamando da música escolhida e por aí vai.

Não é incomum que um acidente aconteça por causa do comportamento dos passageiros. Então, anota aí as dicas para garantir a segurança de todos:

  • não transporte passageiros além da capacidade do carro;
  • certifique-se de que todos os ocupantes estejam com o cinto de segurança, inclusive os passageiros do banco de trás;
  • use corretamente os acessórios de segurança para crianças como bebê conforto, cadeirinhas e assento de elevação;
  • não transporte animais soltos no automóvel. Eles também precisam estar presos com acessórios específicos como caixa de transporte, cadeirinha pet, grade e cinto de segurança;
  • trave as portas para que ninguém as abra enquanto o veículo estiver em movimento;
  • oriente as crianças para que elas não coloquem partes do corpo para fora do carro;
  • evite dirigir com crianças pequenas e muito agitadas sem um acompanhante para monitorá-las;
  • cuidado ao transportar pessoas bêbadas, drogadas ou com algum surto psicótico. Nesses casos, é melhor ter mais um passageiro sóbrio para dar suporte.

Apesar das condições adversas, é responsabilidade do motorista garantir a segurança de todos os ocupantes do carro.

 

Quais são as boas práticas da direção defensiva?

Chega de teoria e vamos para a prática? Veja, a seguir, algumas dicas para usar a direção defensiva no seu dia a dia.

 

Estudar sobre direção defensiva

Essa parece uma dica óbvia, não é mesmo? A questão aqui é que você nunca deve parar de buscar conhecimento, mesmo se já tiver feito o curso. Afinal de contas, é comum esquecer alguns princípios por não usá-los tanto no cotidiano.

Além do mais, é necessário estar por dentro das novas leis de trânsito para adaptar o comportamento de acordo com as regras atuais. Sendo assim, estude sobre direção defensiva com frequência para manter as informações frescas na memória.

 

Manter uma distância segura do veículo da frente

Imagina uma cena: o motorista da frente freia bruscamente porque o sinal fechou e você bate na traseira dele. De quem é a culpa? Sentimos por informar que a falha também foi sua, pois não prestou atenção ao sinal que estava prestes a fechar e não manteve uma distância segura.

Quem dirige colado na traseira do veículo da frente não tem tempo para reagir em caso de imprevistos. Por isso, é importante manter uma distância segura. O espaço adequado é de um carro para cada 20 quilômetros por hora. Não se preocupe, que fazer a conta é menos complicado que parece.

A gente explica: ao dirigir em uma via a 40 km/h, por exemplo, é necessário manter uma distância equivalente a dois carros — ou seja, um carro para cada 20 km/h.

 

Respeitar as sinalizações

As placas de trânsito não estão ali por acaso: elas servem para alertar o motorista sobre as condições da via. A regra é clara e deve ser obedecida. Viu a placa de uma lombada? Isso significa que você deve reduzir a velocidade. Visualizou a sinalização de uma faixa de pedestres? Quer dizer que pessoas passam por ali, e você precisa ter atenção para evitar atropelamentos.

No entanto, é bom ficar de olho em algumas armadilhas da natureza. Muitas vezes, a vegetação esconde as placas, algo que leva o motorista a cometer erros sem saber dos riscos. Nesse caso, vale entrar em contato com a prefeitura da sua cidade para solicitar a limpeza da região, ok?

 

Trafegar na velocidade da via

Todas as regras de trânsito têm algum propósito. A velocidade máxima permitida é determinada por estudos que consideram condições da via, tipos de veículos que transitam por ela, volume do tráfego, circulação de pedestres, entre outros aspectos. Sendo assim, respeitá-las é uma questão de segurança.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o excesso de velocidade é a principal causa de mortes no trânsito. Quanto mais rápido o carro estiver, piores serão as consequências do acidente.

Ainda segundo a OMS, o aumento de 1% da velocidade média faz crescer 4% os riscos de acidente fatal e 3% as chances de acidentes graves. Não vale a pena arriscar vidas para chegar alguns minutos mais cedo no local de destino, não é mesmo?

Além do mais, mesmo que a sinalização limite a velocidade da via, é importante se atentar ao trânsito no momento e pisar no freio conforme os riscos aparecem na pista.

 

Fazer manutenções periódicas no veículo

Geralmente, problemas em carros não aparecem de uma hora para outra. Se você rodar sem óleo de motor ou com nível abaixo do indicado, por exemplo, ele vai fundir. É por isso que as manutenções periódicas são essenciais.

Agora, você deve estar se perguntando: qual é a frequência ideal? Isso depende. Geralmente, o manual do veículo tem indicações da periodicidade certa. Como os fabricantes fazem estudos sobre a durabilidade de peças e componentes, seguir o prazo direitinho é importante para evitar desgastes e quebras.

De maneira geral, é recomendado fazer uma revisão do carro de 6 em 6 meses ou a cada 10 mil quilômetros rodados — a marca que for atingida primeiro. E não pense que um carro parado está livre dessa obrigação só porque não sai da garagem, viu? Na verdade, a falta de uso pode causar danos ainda maiores. Então, é necessário fazer as manutenções para minimizar os prejuízos.

Outra dica interessante é ficar de olho nas luzes do painel, pois elas indicam falhas no carro. Ao notar os primeiros sinais, é legal buscar reparo antes que um pequeno defeito vire um problemão. Além disso, não custa nada verificar algumas coisinhas antes de sair de casa, como:

▬ o estado dos pneus;
▬ se tem combustível para chegar até o seu destino;
▬ a água do carburador;
▬ a borracha dos limpadores de para-brisas;
▬ o óleo do freio, do motor e da direção hidráulica;
▬ se os faróis e as lanternas acendem corretamente, e por aí vai.

 

Não dirigir com estado emocional abalado

Existem diversas campanhas por aí que alertam sobre os perigos de dirigir sob efeito de álcool ou drogas. Tanto que nomear o motorista da vez para ir a baladas já virou um hábito comum entre amigos e familiares.

O que ninguém fala é que o estado emocional do motorista também afeta a habilidade ao volante. De acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos, dirigir triste ou com raiva aumenta 9,8 vezes o risco de acidentes.

Sendo assim, evite pegar o carro após situações delicadas, como a perda de uma pessoa querida e discussões sérias. O nervosismo, a tristeza, a raiva e a ansiedade reduzem a capacidade de concentração, causando tragédias ainda maiores.

Enfim, a direção defensiva é uma forma responsável de dirigir. A prática é essencial para evitar acidentes e tornar o trânsito mais gentil. Nesse contexto, a melhor dica é respeitar as leis de trânsito e adotar medidas preventivas para garantir a segurança de todo mundo: motoristas, passageiros, motociclistas, ciclistas e pedestres.